quinta-feira, 26 de julho de 2007

Algo mais que uma aula chata.

Cheguei atrasada a aula novamente. Fico lendo na biblioteca e não vejo o tempo passar. Dessa vez foram só quatro minutos, mas o professor já havia começado falar. O rosto envelhecido do professor, tinha um aspecto bondoso. Usava terno, mas sem gravata parecia tentar impor respeito, não apenas com a roupa, mas também destacando o pin da OAB na lapela.
Na verdade de bondoso ele não tinha nada. Ele faz o tipo linha dura. E também “se acha”. Mas subconscientemente ele não confia no poder de convencimento da aula dele e precisa de utilizar instrumentos de coação para forçar a assiduidade à sua aula (explicando melhor, ele faz chamada). Além de ficar auto afirmando-se verbalmente o tempo todo, ele é inflexível quanto os regulamentos da universidade, típico de quem está tentando puxar o saco da diretoria do curso.
Pronto agora fica parecendo que eu sou uma rebelde que odeia estudar e que vai ficar falando mal de professores na net. Entretanto a situação é outra, costumo ter meus professores na mais alta consideração, não só os professores mas todos os meus superiores. Então por que este tipo de crítica? Pelo simples fato de que profissionais com este perfil estão em toda parte e não apenas na sala de aula.
Se a aula dele é tão boa assim, por que ele precisa forçar os alunos a virem? Se o produto de determinada empresa é tão bom assim para que monopolizar o mercado? Se um juiz é tão justo por que intimidar moralmente os membros do foro? Meus professores que tinha mais “ibope” não faziam chamada. O McDonalds não é um monopólio, mesmo assim continua sendo a referencia em fast food. Mas onde quero chegar com tudo isso? Quero dizer que os bons profissionais não precisam alardear que o são. A melhor campanha de marketing que um produto pode ter é o reconhecimento dos consumidores.
Olhar no espelho nos mostra como está nossa aparência exterior. O espelho não mente, ele mostra que aquela produção de saia social e bota de cano longo não combinou. Você vai lá e troca. Problema resolvido. Mas e nossa personalidade? Como podemos ver se estamos vestido nossa aparência interior com terno listrado e camisa xadrez? Simples. Prestando atenção as pessoas que nos rodeiam. Podemos ver o reflexo de nossas ações e palavras na vida das pessoas. Mas não é tão fácil trocar de personalidade quanto trocar de roupa. È preciso tempo e dedicação. E quem acha que não tem problema usar xadrez e listrado ao mesmo tempo? Paciência. Pior é que eles tentam convencer todo mundo disso. A mim não convencem.